Biodiesel

O Brasil será o primeiro país a ocupar a presidência do Subcomitê de Biocombustíveis da Organização Internacional para a Normalização (ISO, na sigla em inglês), criado na última sexta-feira. O diretor de Normalização da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Eugenio Guilherme De Simone, parte na próxima semana para os Estados Unidos para discutir o início das atividades do subcomitê.

"Brasil e Estados Unidos estão liderando essa iniciativa. O primeiro passo é entregar até setembro um plano de trabalho para ser aprovado pela Assembléia Geral da ISO", conta De Simone. A ABNT representa o Brasil na ISO e preside também os comitês de agricultura e responsabilidade social na organização.

O executivo calcula que uma norma demore, em média, três anos para ser concluída na ISO. "Mas há casos hoje em que o mercado não pode esperar tanto tempo", afirma. Nos próximos dias 25 e 26 o diretor da ABNT se reúne com sua entidade correlata dos Estados Unidos, o Instituto Nacional Americano de Normalização (Ansi, na sigla em inglês).

Metrologia

Nos três dias seguintes ele acompanha os encontros entre o Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro) e o Instituto Nacional de Normas e Tecnologia (Nist, pelas iniciais em inglês), a entidade do governo norte-americano, que também se reúnem para discutir os biocombustíveis. O Inmetro e o Nist já possuem um trabalho conjunto na busca de padrões para um mercado internacional de etanol. O instituto brasileiro possui grupos de trabalho no Brasil para estudar padrões técnicos do biocombustível.

O executivo da ABNT explica que os trabalhos do subcomitê da ISO serão divididos em três grupos de trabalho: etanol, biodiesel e sustentabilidade. Este último vai se dedicar à questão de como elevar a produção de bioenergia sem trazer riscos para a alimentação humana e o meio ambiente.

Desafios

Um importante papel do recém-criado comitê da ISO será concatenar os fatores técnicos e políticos em torno da formação de um mercado internacional de álcool e biodiesel. "No caso do etanol, um grande desafio do subcomitê está na diferença de características entre os produtos dos vários países", adianta.

Um exemplo importante que será debatido no grupo é o teor de água no álcool. No caso do Brasil, o álcool hidratado não traz problemas ao funcionamento dos veículos. No entanto, a água separa-se do álcool a baixas temperaturas como as encontradas nos Estados Unidos, o maior consumidor mundial do combustível, e pode entrar no motor sem etanol.

"A água pode até congelar dentro do tanque de combustível em temperaturas negativas", alerta o diretor da ABNT. O que ele e seus grupos de trabalho terão que debater na ISO é como estabelecer normas internacionais para um produto com características diferentes em cada país produtor e consumidor.

Biodiesel puro

Já nos trabalhos com o biodiesel começam a surgir as primeiras soluções para a criação de normas internacionais. "Já está decidido que vamos trabalhar apenas com a normalização do biodiesel puro, e não do produto final, o diesel misturado ao biocombustível", antecipa o diretor da ABNT.

Definindo normas baseadas nas características do biodiesel puro, a ISO garante a normalização de um mercado mundial sem ter que especificar características para cada mistura do biocombustível com o diesel. Isso porque cada país pode adotar livremente o grau de mistura que desejar.

Para representar o Brasil nas negociações, a ABNT está criando um grupo que reunirá entidades e empresas dos setores privado e estatal do País.

"Perante a ISO apenas as nações possuem representação, por isso estamos criando um 'espelho' local dos grupos de trabalho, para que representemos todos os envolvidos na cadeia dos biocombustíveis", explica Eugenio De Simone.

O diretor da associação antecipa que deverão fazer parte deste grupo local que vai definir as posições do Brasil na ISO a Petrobras, a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), além de representantes do segmento consumidor e de especialistas neutros.

O Brasil será o primeiro país a ocupar a presidência do Subcomitê de Biocombustíveis da Organização Internacional para a Normalização (ISO, na sigla em inglês), criado na última sexta-feira. O diretor de Normalização da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Eugenio Guilherme De Simone, parte na próxima semana para os Estados Unidos para discutir o início das atividades do subcomitê. A ABNT representa o Brasil na ISO e preside os comitês de agricultura e responsabilidade social na organização.

O executivo da ABNT explica que os trabalhos do subcomitê da ISO serão divididos em três grupos de trabalho: etanol, biodiesel e sustentabilidade. Este último vai se dedicar à questão de como elevar a produção de bioenergia sem trazer riscos para a alimentação humana e ao meio ambiente.

Deverão fazer parte do grupo local que vai definir as posições do Brasil na ISO a Petrobras, a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), além de representantes do segmento consumidor e também especialistas neutros.

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